Agradecendo ao que nos foi oferecido pelo universo, no ano que passou e, seguro que toda caminhada começa com o primeiro passo, continuamos a nossa afirmação como um ponto de referencia para as artes cenicas de matrizes africanas e afro-brasileiras.
A nossa restrospectiva nos porta à um ano de fortalecimento e amadurecimento! Questões que nao gostaria de explicitar aqui, uma vez que nao háveria a oportinudade de confrontar com a classe artistica que nos segue e tanto colabora com esse projeto.
O Moviemto Cultural Afro Brasiliero despedi-se da Europa, a nivél intelectual, pois, percebemos que o necessario a ser feito deve e precisa ser feito em solo brasileiro, para brasileiros. Estudiosos, pesquisadores, bailarinos, atores, musicos, etc. A quem possa interessar!!
E, para começar-mos, manteremos os nossos seguidores informados das ações e realizações desses construtores: os pioneiros na perpetuação de uma linha de pesquisa, desenvolvimento e ação sobre a arte e movimento das matrizes africanas na cidade de Salvador. O nosso caminho, iniciado por Raimundo Bispo dos Santos, Mestre King, é composto de tantos outros nomes.
Aqui então, para voces, Armando Pekeno:
SOBRE ARMANDO PEKENO:
- Nascido em Salvador, Bahia, Armando Pekeno cresceu nas tradições dos afro-brasileiros. Ogã de candomblé, e "Mestre" da capoeira, os ritmos e danças dos orixás e capoeira fazem parte do seu diário de sua infância. Aos 19 anos, ele fez sua primeira saida profissional na Europa com a orquestra afro-baiana dirigido por Emília Biancardi, e já dá um curso de dança tradicional na escola de Maurice Béjart "Mudra" na Bélgica. Sua habilidade e sua curiosidade o levou a creser rapidamente no prestigiado "Balé Teatro Castro Alves", onde dançou como solista e apos coreógrafo. Ainda muito ativo e criativo, Pekeno é um dos precursores da dança na Bahia, é particularmente conhecido por seu trabalho, que conduz as suas raízes tradicionais em um contexto contemporâneo. Este trabalho foi desevolvido em especial nas companhias "África poesia", "Origem", "Cia de Dança do Olodum","Mantra", atraves de mais que 20 coreografias. Retornou à França em 1995, a convite do Theatre Contemporaine de la Danse em Paris, para executar um curso "do tradicional ao moderno" (acompanhado por Michelle Brown) e também é convidado para o projeto "Performance Negra" por esta mesma instituição. Em 1997 ele se mudou para a Bretagne para desenvolver o trabalho da Cia ladainha. Armando trabalha regularmente em projetos culturais com os adolescentes em dificuldade de inserção, Centro Hospitalar de Fougères, ITEP Kerbeaurieux St Quay Portrieux. E a formação de balairinos na Oficina das Artes 2005, 2006.
JOGO SAGRADO ENTRE DOIS MUNDOS QUE DANÇAM
ZECA LIGIÉRO, Ph.D. em Estudos da Performance, NYU, Prof. Dr. PPGAC-UNIRIO, Cientista do Nosso Estado – Faperj, Coordenador do Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndios – NEPAA-UNIRIO
Fui pego de surpresa quando comecei a pensar que o solo de Armando Pekeno era muito bem feito.
Quando tocou a musica de Nanã Buruquê pela orquestra de cinco ou seis músicos que o acompanhavam, vi seu corpo literalmente se transformar em lama, em caranguejo, em bicho que nasce do barro mole. Sua pele negra revestida de tinta branca a mim lembrou imediatamente a dança Butô, acentuada pelos seus movimentos lentos. Mas o seu dialogo com a percussão me fez imediatamente mudar de continente, e se havia ainda algo entre Kazuo Ohno e Armando é porque em ambos a dança nasce como algo liquido, fluido. Mas Armando não dramatiza o gesto como Ohno, seu gesto flui menos como rio que já sabe o caminho do leito e mais como larva incandescente que ora desce e ora sobe a montanha num caminho inverso, ou ainda nos toca por um atalho inesperado. Quando me entretive neste solo, me espantei quando vi do outro lado do palco, a figura do Vincent Harisdo vestido como uma antiga dama da corte, uma roupa um tanto bizarra, uma figura que poderia ser uma mãe de santo do Candomblé, da Santeria ou do Vodu.
Entretanto, em seu semblante não havia santidade alguma, nenhum ar religioso. Mas não havia tão pouco escarnio ou deboche. Havia algo sim feminino naquele corpanzil de homem maduro. E tomou a cena para si, e por mais que eu tivesse sido mobilizado pelo solo de Armando, me vi em uma arapuca como um pássaro curioso que não consegue sair de um castelo e em cada vitrô encontra uma nova porta que vai dar em outro vitrô mais interessante que o ar da liberdade lá de fora. Os gestos de orixás, vodus femininos fluíam de seu corpo com a segurança de quem já não precisa da mimeses pois a memoria é centelha que se incendeia tanto no corpo do dançarino como no corpo do médium, embora com finalidades diferentes. Suas mulheres eram autoritárias, matriarcas e violentas algumas vezes. Algumas historias foram contadas por um corpo que há muito convive com o mundo dos ancestres e deles extrai a sua seiva de vida. A precisão do gesto estava em ser apenas o que é. O dançarino não precisa provar mais nada, o dançarino cumpre o seu ato máximo, a dança dentro da musica que o provoca. O dançarino não sente vontade de imitar nem o transe nem a forma da dança que do vodu ou do orixá, a que o médium quando incorporado aprende a dançar para o ritual, e que longe do templo, o coreografo imita como escola de dança afro para o dançarino dançar. Aqui não. O dançarino apenas dança a memoria que seu corpo descarrega. O gesto está uploaded com a própria carga que cria a sua existência. Ele não carrega intenções, não quer significar nada. Já nasce dizendo a que veio.
Poderia se tratar de dois solos. Excelentes solos. Eu já estaria satisfeito.
Mas não foi isso que vim assistir em Aneho neste dia.
Iniciaram um interessante jogo. Armando voltou agora também vestido em uma saia rodada de baiana de santo. Mas o jogo não era uma brincadeira de dois dançarinos alegres imitando mães de santo. Não. Cada um trouxe seu universo para uma conversa franca entre dois estilos distintos. Enquanto Armando, obliquo, sinuoso, transforma seu corpo em pedra, argila, serpente, corda, bicho de quatro patas não por puro exibicionismo mas porque seu corpo cumpre um solene ritual de imprimir no ar o grafismo das antigas cavernas como se nós ao vê-lo experimentássemos o estado alterado da mente dos antigos xamãs. Não há misticismo, entretanto, apenas a fruição do corpo na necessidade do dialogo com a musica cantada e batucada. Vincent, o corpo grande que traz a espiritualidade sólida, a massa muscular que frágil se desmonta para ouvir, cheirar, sentir, ver o outro partner atiçando-o à criação conjunta. Em seu gesto largo o volume de paquiderme se espicha como um leão na força do pulo e do giro e como uma grande águia ele inventa novas jogadas, dando-nos a certeza de que é possível, através do jogo, amar o que nos é absolutamente diferente, ser sem ser exatamente o nosso oposto. O jogo aqui é franco, direto, sem falsetes, sem falsidade. Uma peleja de sábios em um tabuleiro, uma orquestração de veteranos músicos de jazz que versejam sobre assuntos que lhes são caros mesmo que já conhecidos e os discorrem em imagens e fraseados com o viço da primeira vez, na medida em que novos prismas abrem a possibilidade de novas luzes e novas ideias. Pois há ponto comum. Estão desarmados, deixaram o vicio do exibicionismo do lado de fora do palco. Já não querem provar mais nada também, mestres das “artes do corpo desarmado”.
Os dois homens negros carecas pintados de branco, vestidos de mulher nos remetem ao espelhamento. O espelho, entretanto, não reflete a própria imagem do dançarino, mas estampa a cristalina diferença, a peculiaridade de cada um, o estranhamento diante do outro. E quando o gesto de um reverbera no corpo do outro, o espelho se estilhaça em cacos de vidro – fragmentos de gestos em sequencias duplas repetidas, parecem recuperar o principio do cubismo que Braque e Picasso desconstruíram a partir das máscaras e corpos de madeira africanos vistos nas exposições coloniais em Paris. Um painel de gestos, poses, posturas africanas e afro-brasileiras é puro território de jogo plástico e lúdico, a travessia do Atlântico negro em frações de segundos e minutos. Então os espaços entre dois se abre: são portas, janelas, varandas, salões, enseadas, baías, golfos a serem preenchidos por gestos que insinuam historias, insinuam para que completemos pois se fosse dança e historia completa caberia dentro de um HD. Vodus, orixás, reis, rainhas, deuses, semideuses, ao lado cativos e libertos. Esta dança é jogo, ritual, é performance. Outro teatro, pré-dramatico. Em seus gestos, fluem os pais, as mães, e suas tribos muito antigas no desenrolar de uma memoria corporal. Fazem uma festa inusitada na mistura de tempos heterogêneos harmonizados pelo tempo de jogo sagrado com momentos de humor, ternura, crueldade, acreditando que mesmo os deuses em seus momentos de descuido, têm sempre algo de humano.
A única formalidade, que não chega a ser uma regra fixa deste jogo é deixar que a dança não pare de se inventar, não pelos quereres de suas mentes e vontades, mas pela consciência exata de que só assim é possível um diálogo assim tão completo sem se gastar uma só palavra.
A nossa restrospectiva nos porta à um ano de fortalecimento e amadurecimento! Questões que nao gostaria de explicitar aqui, uma vez que nao háveria a oportinudade de confrontar com a classe artistica que nos segue e tanto colabora com esse projeto.
O Moviemto Cultural Afro Brasiliero despedi-se da Europa, a nivél intelectual, pois, percebemos que o necessario a ser feito deve e precisa ser feito em solo brasileiro, para brasileiros. Estudiosos, pesquisadores, bailarinos, atores, musicos, etc. A quem possa interessar!!
E, para começar-mos, manteremos os nossos seguidores informados das ações e realizações desses construtores: os pioneiros na perpetuação de uma linha de pesquisa, desenvolvimento e ação sobre a arte e movimento das matrizes africanas na cidade de Salvador. O nosso caminho, iniciado por Raimundo Bispo dos Santos, Mestre King, é composto de tantos outros nomes.
Aqui então, para voces, Armando Pekeno:
SOBRE ARMANDO PEKENO:
- Nascido em Salvador, Bahia, Armando Pekeno cresceu nas tradições dos afro-brasileiros. Ogã de candomblé, e "Mestre" da capoeira, os ritmos e danças dos orixás e capoeira fazem parte do seu diário de sua infância. Aos 19 anos, ele fez sua primeira saida profissional na Europa com a orquestra afro-baiana dirigido por Emília Biancardi, e já dá um curso de dança tradicional na escola de Maurice Béjart "Mudra" na Bélgica. Sua habilidade e sua curiosidade o levou a creser rapidamente no prestigiado "Balé Teatro Castro Alves", onde dançou como solista e apos coreógrafo. Ainda muito ativo e criativo, Pekeno é um dos precursores da dança na Bahia, é particularmente conhecido por seu trabalho, que conduz as suas raízes tradicionais em um contexto contemporâneo. Este trabalho foi desevolvido em especial nas companhias "África poesia", "Origem", "Cia de Dança do Olodum","Mantra", atraves de mais que 20 coreografias. Retornou à França em 1995, a convite do Theatre Contemporaine de la Danse em Paris, para executar um curso "do tradicional ao moderno" (acompanhado por Michelle Brown) e também é convidado para o projeto "Performance Negra" por esta mesma instituição. Em 1997 ele se mudou para a Bretagne para desenvolver o trabalho da Cia ladainha. Armando trabalha regularmente em projetos culturais com os adolescentes em dificuldade de inserção, Centro Hospitalar de Fougères, ITEP Kerbeaurieux St Quay Portrieux. E a formação de balairinos na Oficina das Artes 2005, 2006.
JOGO SAGRADO ENTRE DOIS MUNDOS QUE DANÇAM
ZECA LIGIÉRO, Ph.D. em Estudos da Performance, NYU, Prof. Dr. PPGAC-UNIRIO, Cientista do Nosso Estado – Faperj, Coordenador do Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndios – NEPAA-UNIRIO
Fui pego de surpresa quando comecei a pensar que o solo de Armando Pekeno era muito bem feito.
Quando tocou a musica de Nanã Buruquê pela orquestra de cinco ou seis músicos que o acompanhavam, vi seu corpo literalmente se transformar em lama, em caranguejo, em bicho que nasce do barro mole. Sua pele negra revestida de tinta branca a mim lembrou imediatamente a dança Butô, acentuada pelos seus movimentos lentos. Mas o seu dialogo com a percussão me fez imediatamente mudar de continente, e se havia ainda algo entre Kazuo Ohno e Armando é porque em ambos a dança nasce como algo liquido, fluido. Mas Armando não dramatiza o gesto como Ohno, seu gesto flui menos como rio que já sabe o caminho do leito e mais como larva incandescente que ora desce e ora sobe a montanha num caminho inverso, ou ainda nos toca por um atalho inesperado. Quando me entretive neste solo, me espantei quando vi do outro lado do palco, a figura do Vincent Harisdo vestido como uma antiga dama da corte, uma roupa um tanto bizarra, uma figura que poderia ser uma mãe de santo do Candomblé, da Santeria ou do Vodu.
Entretanto, em seu semblante não havia santidade alguma, nenhum ar religioso. Mas não havia tão pouco escarnio ou deboche. Havia algo sim feminino naquele corpanzil de homem maduro. E tomou a cena para si, e por mais que eu tivesse sido mobilizado pelo solo de Armando, me vi em uma arapuca como um pássaro curioso que não consegue sair de um castelo e em cada vitrô encontra uma nova porta que vai dar em outro vitrô mais interessante que o ar da liberdade lá de fora. Os gestos de orixás, vodus femininos fluíam de seu corpo com a segurança de quem já não precisa da mimeses pois a memoria é centelha que se incendeia tanto no corpo do dançarino como no corpo do médium, embora com finalidades diferentes. Suas mulheres eram autoritárias, matriarcas e violentas algumas vezes. Algumas historias foram contadas por um corpo que há muito convive com o mundo dos ancestres e deles extrai a sua seiva de vida. A precisão do gesto estava em ser apenas o que é. O dançarino não precisa provar mais nada, o dançarino cumpre o seu ato máximo, a dança dentro da musica que o provoca. O dançarino não sente vontade de imitar nem o transe nem a forma da dança que do vodu ou do orixá, a que o médium quando incorporado aprende a dançar para o ritual, e que longe do templo, o coreografo imita como escola de dança afro para o dançarino dançar. Aqui não. O dançarino apenas dança a memoria que seu corpo descarrega. O gesto está uploaded com a própria carga que cria a sua existência. Ele não carrega intenções, não quer significar nada. Já nasce dizendo a que veio.
Poderia se tratar de dois solos. Excelentes solos. Eu já estaria satisfeito.
Mas não foi isso que vim assistir em Aneho neste dia.
Iniciaram um interessante jogo. Armando voltou agora também vestido em uma saia rodada de baiana de santo. Mas o jogo não era uma brincadeira de dois dançarinos alegres imitando mães de santo. Não. Cada um trouxe seu universo para uma conversa franca entre dois estilos distintos. Enquanto Armando, obliquo, sinuoso, transforma seu corpo em pedra, argila, serpente, corda, bicho de quatro patas não por puro exibicionismo mas porque seu corpo cumpre um solene ritual de imprimir no ar o grafismo das antigas cavernas como se nós ao vê-lo experimentássemos o estado alterado da mente dos antigos xamãs. Não há misticismo, entretanto, apenas a fruição do corpo na necessidade do dialogo com a musica cantada e batucada. Vincent, o corpo grande que traz a espiritualidade sólida, a massa muscular que frágil se desmonta para ouvir, cheirar, sentir, ver o outro partner atiçando-o à criação conjunta. Em seu gesto largo o volume de paquiderme se espicha como um leão na força do pulo e do giro e como uma grande águia ele inventa novas jogadas, dando-nos a certeza de que é possível, através do jogo, amar o que nos é absolutamente diferente, ser sem ser exatamente o nosso oposto. O jogo aqui é franco, direto, sem falsetes, sem falsidade. Uma peleja de sábios em um tabuleiro, uma orquestração de veteranos músicos de jazz que versejam sobre assuntos que lhes são caros mesmo que já conhecidos e os discorrem em imagens e fraseados com o viço da primeira vez, na medida em que novos prismas abrem a possibilidade de novas luzes e novas ideias. Pois há ponto comum. Estão desarmados, deixaram o vicio do exibicionismo do lado de fora do palco. Já não querem provar mais nada também, mestres das “artes do corpo desarmado”.
Os dois homens negros carecas pintados de branco, vestidos de mulher nos remetem ao espelhamento. O espelho, entretanto, não reflete a própria imagem do dançarino, mas estampa a cristalina diferença, a peculiaridade de cada um, o estranhamento diante do outro. E quando o gesto de um reverbera no corpo do outro, o espelho se estilhaça em cacos de vidro – fragmentos de gestos em sequencias duplas repetidas, parecem recuperar o principio do cubismo que Braque e Picasso desconstruíram a partir das máscaras e corpos de madeira africanos vistos nas exposições coloniais em Paris. Um painel de gestos, poses, posturas africanas e afro-brasileiras é puro território de jogo plástico e lúdico, a travessia do Atlântico negro em frações de segundos e minutos. Então os espaços entre dois se abre: são portas, janelas, varandas, salões, enseadas, baías, golfos a serem preenchidos por gestos que insinuam historias, insinuam para que completemos pois se fosse dança e historia completa caberia dentro de um HD. Vodus, orixás, reis, rainhas, deuses, semideuses, ao lado cativos e libertos. Esta dança é jogo, ritual, é performance. Outro teatro, pré-dramatico. Em seus gestos, fluem os pais, as mães, e suas tribos muito antigas no desenrolar de uma memoria corporal. Fazem uma festa inusitada na mistura de tempos heterogêneos harmonizados pelo tempo de jogo sagrado com momentos de humor, ternura, crueldade, acreditando que mesmo os deuses em seus momentos de descuido, têm sempre algo de humano.
A única formalidade, que não chega a ser uma regra fixa deste jogo é deixar que a dança não pare de se inventar, não pelos quereres de suas mentes e vontades, mas pela consciência exata de que só assim é possível um diálogo assim tão completo sem se gastar uma só palavra.
Parabéns Zeca pelo lindo texto. Estava neste dia em Aneho e assisti a esta apresentação também. O que mais me encantou no trabalho coreográfico foi a capacidade que os dois artistas tiveram em cruzar danças e corpos. Este corpos tão diversos em constituição e massa corporal conseguiram uma fluência de movimento, vi linhagens religiosas, vi estéticas interculturais, vi leveza no peso, vi peso na leveza e isso é muito raro e especial. Um jogo alucinante de diálogos corporais em que cada um entrega generosamente ao outro sua possibilidade de dança. Não há confronto, só entrega de si na dança. Simples assim, Armando e Vincent trazem histórias de danças diversas e complementares na Diáspora, trazem questões antigas da dramaturgia de danças negras, deixam em nós alguns melindres que só a arte trás e nos deixa em estado de dança, e que dança...Parabéns Armando e Vincent.
ResponderExcluirDENISE ZENICOLA, Dra. em Artes Cênicas, PPGAC/UNIRO, Profa. Dra. Departamento de Artes e Estudos Culturais UFF. Bailarina, Coreógrafa e Diretora do Coletivo MUANES Dançateatro, pesquisadora NEPAA-UNIRIO.
Obrigado pela sua participaçao em nosso canal, Profa. Denise Zenicola.
ExcluirGrato pela sua sensibilidade!
Carlos Ujhama - Diretor e coreografo, Membro do Conselho Internacional de Dança CID / UNESCO.